Quadri/ATV/UTV

Liderança de brasileiros é derrubada por três pneus furados

Regulamento só permite levar dois pneus reservas. O jeito foi pegar emprestado no meio do deserto

Os brasileiros Reinaldo Varela/Maykel Justo lideraram boa parte dos 419km da especial desta quinta-feira da 43ª edição do Rally Dakar. Mas após a parada de reabastecimento, quando tinham bons quatro minutos de dianteira para a dupla segundo colocada na categoria UTV, eles foram vítimas do que vem sendo considerado uma verdadeira praga deste Dakar: tiveram não um, mas três pneus furados. Com isso, chegaram a ficar parados por 40 minutos no meio do deserto até serem socorridos pela dupla portuguesa Lourenço Rosa/Joaquim Dias, que emprestou um pneu para que chegassem até o final do percurso do dia, que somou 625km da capital Riad até Al Qaisumah. A vitória foi da dupla Francisco Lopes Contardo/Juan Pablo Lopez.
Na especial da quarta-feira, a dupla já havia tido dois pneus furados. “O problema é o piso rochoso, cheio de pedras e bordas afiadas. E aí é uma loteria: você tem ou não sorte de passar por lá incólume”, diz Reinaldo Varela. “Tivemos pneus rasgados na lateral, o que indica que foram provavelmente as bordas das rochas que os cortaram. Estávamos na liderança e não é 100% certo que iríamos vencer, mas certamente é uma pena sermos tirados da disputa por algo assim, totalmente fortuito”, define o piloto da equipe Monster Energy Can-Am. Voltando a um bom ritmo a dupla ainda conseguiu recuperar algumas posições, mas só terminou na 12ª colocação do dia entre os 44 UTVs participantes.


Preocupação desde a estreia – A agressividade do piso na Arábia Saudita é uma preocupação dos competidores que surgiu já na estreia do Dakar naquele país, no ano passado. Na ocasião, após apenas quatro dos doze dias de corrida, calculava-se que os competidores já tinham feito um total aproximado de 600 trocas de pneu durante as especiais – considerando carros, motos, quadriciclos, caminhões e UTVs.
“Não tem jeito”, diz Maykel Justo. “A única maneira de não rasgar os pneus é ir devagar. Mas no Dakar a palavra devagar não existe, especialmente nessa fase da competição, quando ainda temos muita coisa em aberto. Aí ocorrem os furos”, explica o navegador da equipe Monster Energy Can-Am. “Se continuarmos em trechos muito rochosos, o que só quem fez o roteiro da prova pode dizer com precisão, esse problema ainda vai decidir muita coisa neste Dakar”, sentencia Varela, campeão da prova em 2018.
Vencedores de hoje, Francisco Lopes Contardo/Juan Pablo Lopez mantiveram a liderança da prova. Com os problemas, os brasileiros ocupam agora a oitava posição. Somando 655km totais, sendo 485km de especiais, a prova desta sexta-feira será a penúltima antes do dia de descanso do Dakar, agendado para o sábado.


Dakar em resumo – Disputada inteiramente na Arábia Saudita, a 43ª edição do Dakar terá em seus 7.646km um total de 4.767km de especiais – trechos cronometrados em alta velocidade. Os restantes 2.879km são correspondentes aos deslocamentos entre os pontos de largada e chegada em cada um dos doze dias. O roteiro da prova começa e termina Jedá. Reinaldo Varela e Maykel Justo também contam com apoio de Norton, Divino Fogão e Motul.

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