Expedições

Casal parte para viagem de 900 dias a bordo de um 4×4

ENCALHADA NO DESERTO BRANCO – EGITO  Usamos o High Lift Jack (macaco de alta elevação) e as Sand Tracks (pranchas para a areia) para sair do sufoco de uma encalhada, ao sol quente de meio dia, no Deserto do Saara.
ENCALHADA NO DESERTO BRANCO – EGITO
Usamos o High Lift Jack (macaco de alta elevação) e as Sand Tracks (pranchas para a areia) para sair do sufoco de uma encalhada, ao sol quente de meio dia, no Deserto do Saara.
KINGS CANYON – AUSTRÁLIA  Fazíamos muitas caminhadas nos parques nacionais da Austrália. Nesta foto, estamos no Kings Canyon, local onde caminhamos por aproximadamente 4 horas. No caminho, passamos por paredões de quase 300 metros de altura, piscinas naturais e interessantes formações rochosas.
KINGS CANYON – AUSTRÁLIA
Fazíamos muitas caminhadas nos parques nacionais da Austrália. Nesta foto, estamos no Kings Canyon, local onde caminhamos por aproximadamente 4 horas. No caminho, passamos por paredões de quase 300 metros de altura, piscinas naturais e interessantes formações rochosas.

O que leva um casal a deixar o conforto do lar para sair em mais uma desconhecida e eletrizante volta ao mundo? Justamente isso, o desejo de ver o que há no fim da próxima curva, mais uma vez. Principalmente se o que vier depois da curva for o colorido sem igual da hipnótica Aurora Boreal, talvez o fenômeno mais belo da Terra. Vislumbrar esta miragem é um dos sonhos dos overlanders Roy Rudnick e Michelle Weiss, que já deram uma volta por 60 países e no dia 17 de agosto partiram para mais 900 dias de surpresas na segunda Expedição Mundo por Terra.

Quatro anos após o fim da primeira grande viagem, eles estão de malas prontas novamente. Desta vez de uma forma diferente. Se na primeira volta ao planeta eles encararam temperaturas tórridas de até 50 graus celsius no deserto do Saara, onde conseguiram a proeza de encalhar duas vezes na areia escaldante sem ter ninguém, sequer um dromedário ou beduíno pra ajudar, agora os viajantes vão testar sua resistência ao frio, percorrendo lugares onde a temperatura cai abaixo dos 50 graus negativos.

Sim, não contentes com a geada e até uma neve que atinge a cidade onde moram, São Bento do Sul, no topo da serra Dona Francisca, Norte catarinense, nos próximos 30 meses eles vão esmiuçar 50 países, a maioria desconhecidos, na maior parte do tempo margeando o Pólo Norte indo até a Latitude 70 graus, até alcançar a região de Oymyacon, chamada de Pólo do Frio. O lugar fica muito a frente da já congelada e inóspita Sibéria, exílio dos condenados da Rússia.

CAMINHADA NO CIRCUITO ANNAPURNAS – NEPAL  Foram 15 dias para percorrer 210 quilômetros pelas trilhas íngremes do Circuito Annapurnas. Esta foto foi tirada um dia antes do Passe Thorung La, o ponto mais alto que chegamos caminhando, a 5.416 metros de altitude.
CAMINHADA NO CIRCUITO ANNAPURNAS – NEPAL
Foram 15 dias para percorrer 210 quilômetros pelas trilhas íngremes do Circuito Annapurnas. Esta foto foi tirada um dia antes do Passe Thorung La, o ponto mais alto que chegamos caminhando, a 5.416 metros de altitude.

Só para se imaginar o lugar por onde nossos intrépidos aventureiros irão viajar, eles precisam chegar nesta região no ápice do inverno, para encontrar os rios congelados e poder rodar sobre eles a bordo do velho Lobo, um Off Road 4×4 de marca inglesa Land Rover, que já não é mais o mesmo da primeira viagem. Justamente por conta das baixíssimas temperaturas, ele foi completamente reconstruído para conferir um mínimo de isolamento térmico aos ocupantes do veículo.

Apenas este processo rendeu um ano e meio de trabalho. Enquanto a Michelle elaborava roteiro, atenta aos detalhes de alfândega, o Roy passou a maior parte do tempo na Victória Motorhomes, em Araquari, pesquisando e desenvolvendo a nova carcaça do veículo, cuja composição é à base de fibra de vidro, resina e espuma de PVC, que resulta num material conhecido por “composite”, capaz de conferir estrutura altamente resistente e garantir que o frio fique do lado de fora por mais tempo. Mas não o tempo todo.

curso de paramotor
curso de paramotor

Pensando nisso, duvida-se que as janelinhas importadas da China com mosquiteiro e blackout sejam abertas no percurso. Os banhos quentes tendem a ser do lado de dentro, ao contrário do que acontecia no Paquistão, quando andava-se nu, molhado, para uma breve refrescância no deserto. A vantagem é que desta vez o espaço interno aumentou 50%: passou de quatro para “amplos” seis metros quadrados. Da até para ficar de pé num quadradinho. Imaginem o quão confortável será passar os próximos 900 dias assim, num frio de congelar até os pensamentos, sem ter para onde correr.

Se eles vão se deparar com a Aurora Boreal para compensar tamanho esforço físico, de suportar uma inversão térmica de 100 graus celsius, isso ainda não é possível saber. Uma coisa é certa. Se ela aparecer, eles estarão preparados para filmá-la em toda a sua essência e plenitude, graças aos equipamentos que já dispõem e o para-motor patrocinado pela Sol Paragliders e EBPM. Literalmente, nesta expedição eles vão voar baixo. Enquanto um pilota o Lobo e vai desbravando gelo e neve, o outro filma tudo lá de cima. Aí é espetáculo em dobro.  Mundo por Terra e pelo Ar!

RETIRADA DE NOSSO CARRO DO CONTAINER, MELBOURNE – AUSTRÁLIA  Para que nosso carro coubesse dentro de um container de 20 pés, projetamos um teto removível, o qual era colocado entre a frente do carro e as portas do container. Foram quatro despachos no total:  - Venezuela – Austrália; - Austrália – Malásia; - Malásia – Índia; - Países Baixos – Colômbia.
RETIRADA DE NOSSO CARRO DO CONTAINER, MELBOURNE – AUSTRÁLIA
Para que nosso carro coubesse dentro de um container de 20 pés, projetamos um teto removível, o qual era colocado entre a frente do carro e as portas do container. Foram quatro despachos no total:
– Venezuela – Austrália;
– Austrália – Malásia;
– Malásia – Índia;
– Países Baixos – Colômbia.

Os diários de bordo da primeira viagem e o acervo fotográfico são de tirar o fôlego. Basta acessar o www.mundoporterra.com.br.

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