Revista Maisoffroad 4x4 - Edição Nº 254 - Agosto 2025

agens remotas, chegaram ao oásis para o almoço, o Clube Casa do Rio. Foram recebidos com uma comida mineira maravilhosa e um balneário de águas transparentes deli- cioso para recarregar as energias antes do trecho final até Januária/MG, a casa do comboio pelos próximos dias. O Coração da Expedição foi, sem dúvida, a exploração ao Peruaçu. Dedicaram dois dias da viagem ao principal objetivo: o Parque Nacional do Peruaçu. É difícil colocar em palavras a sensação de estar diante daqueles paredões gigantes de calcário, esculpidos ao longo de milênios. Dentro deles, um novo mundo se revela. Visitaram grutas de beleza indescritível, como a Gruta Bonita, que faz jus ao nome com suas formações delica- das. Fizeram uma viagem no tempo ao observar inscrições rupestres com 12 mil anos, perfeitamente conservadas. E se sentiram verdadeiros exploradores em um sítio arque- ológico. A fauna e a flora, riquíssimas, os presentearam com a companhia de gralhas e mocós, que pareciam posar para as fotos. E veio então o famoso Janelão. São mais de seis quilômetros de trilha onde a cada passo a admiração só aumenta, culminando na visão da gigantesca “Per- na de Bailarina”. Um santuário natural que os fez sentir pequenos diante da grandeza da natureza. E, mais que jipeiros, também foram solidários: A Missão no Tejuco. No dia 9 de julho, a poeira deu lugar à emoção. Foi o dia da ação social na comunidade carente de Tejuco. Após meses de pesquisa, escolheram focar a ajuda junto à creche local. Com o valor das inscrições do evento e uma generosa doação da empresa Unaí Seguros e Rotary Unaí, compraram uma grande quantidade de material escolar. Segundo as professoras, era um presente que faria a diferença o ano todo. Além disso, os expedicionários, fizeram uma con- tribuição extra e compraram brinquedos para a garotada. O resultado foi uma festa linda, um dia de integração com brincadeiras e até um jogo de futebol na praça da igreja. Um momento que encheu o coração de todos e mostrou que o espírito fora de estrada também é sobre deixar um legado positivo por onde passam. O sexto dia começou com um clima de despedida, mas sem tristeza. Aproveitaram cada segundo, com uma parada para almoço no belíssimo balneário de Catulé, em Bonito/MG. De lá, mais um “momento rali” por trechos de areia de volta para Chapada Gaúcha/MG. No camin- ho, a natureza ainda deu de presente a visão de um vea- do-catingueiro e um tatu-peba. Ao chegar na cidade de Chapada Gaúcha/MG, a en- ergia estava alta. Os laços de amizade, fortalecidos por dias de desafios e alegrias, os levaram direto para a “Festa dos Povos Tradicionais da Grande Sertões Veredas”. Uma imersão na cultura local que fechou a viagem com chave de ouro. No sábado, pegaram o asfalto de volta para casa. O corpo cansado, o carro sujo de terra, mas a alma lavada e cheia de histórias para contar. Em um paradoxo, por um lado com a saudade da família apertando, mas por outro já sentiam também a saudade da aventura. Sentimento já latente é a vontade de planejar e de participar da próxi- ma expedição do Jipe Clube Brasília. Porque, no fim das contas, é isso que move o grupo: o espírito aventureiro de estar juntos em locais especiais em que o Off Road é uma condição para chegar.