Jornal Mais Off Road - Edicao N. 168 - Junho 2018
E-Mail: Jornal@maisoffroad.com 16 Junho - 2018 JORNAL MAIS OFF ROAD Quem frequenta as tri- lhas do Interior paulista provavelmente tenha vis- to alguma vez a cachorra mais Off Road do país: Manú, que junto ao seu dono, Rafael Grella, curtiu muitas e muitas aventu- ras até se despedir no mês de maio, com mais de 12 anos. Morador de Ipeúna/ SP, o off roader sempre participou das trilhas com alto grau de dificuldade na fascinante Serra do Ita- queri, cheia de aventuras e belezas naturais, como cachoeiras, trilhas e grutas. Logo aos 16 anos entrou no mundo Off Road com sua gaiola e não parou mais. Em 2005 adotou um cão e tudo mudou. “Pes- quisei entre as raças de cachorros aquelas que ti- vessem em sua personali- dade o companheirismo, lealdade, inteligência e força física. Então adotei a Manú da raça blue heeler, ou boiadeiro australiano, e realmente nela encontrei todas as qualidades que procurava. Desde filhote a acostumei estar em meio a pessoas e dentro das tri- lhas. Mas sua personalida- de nos impressionou, pois além da grande lealdade que ela sempre teve comi- go, o amor que ela sentia pela gaiola e pelas trilhas era de ser encher os olhos”, comentou Grella. Manú: a cachorra Off Road se despede e deixa legado Há 13 anos, Rafael nunca deixou de ir a um passeio, encontro, evento ou competição 4x4 sem a companheira. Porém, um dia ele foi obrigado a dei- xá-la em casa, mas mesmo assim a gaiola teve que ser ligada. “Teve um final de semana em que ela havia sido castrada e necessitava de repouso, mesmo assim, quando voltei da trilha o desapontamento dela foi tão grande por tê-la dei- xado para trás, que havia passado o dia todo sem co- mer e estava escondida em baixo de minha cama. Só voltou a comer quando eu a coloquei na gaiola e dei uma volta no quarteirão”, contou. Em 2015 rodaram 1000 km para passar a vira- da em Ilha Comprida/SP, e a Manú estava lá no banco. No início, a cachorra ficava no passageiro, mas com o passar do tempo e de inúmeros tombos, apren- deu a andar no assoalho da gaiola. Depois, ainda com muita experiência, andava na frente no bico da gaio- la, com toda segurança de quem sabia o que estava fazendo, sabia exatamente como se inclinar para en- trar nas curvas e para pas- sar nos buracos. Sem per- der o estilo, sempre estava com seu óculos de sol. “Quando chegavam os finais de semana, nin- guém precisava avisar. Ela acordava cedo, se ali- mentava, bebia água e cor- ria para dentro da gaiola, com medo de ser deixada para trás. Nos passeios, se comportava como um ver- dadeiro gaioleiro deve se comportar, fazia amizade com todos, sempre no meio da roda, participava dos churrascos, almoços e lan- ches no meio de trilha, não era nada boba”, lembra. Além do Off Road em si, adorava um banho de rio e principalmen- te quando havia crianças para brincar com ela. “Não perdia a vez na trilha por nada, era só dar partida na gaiola e já estava ali no seu lugar, pronta para qualquer buraco, chuva ou lama que estivesse por vir. Acima de tudo com a alegria, olhos brilhando e rabinho aba- nando como quem estava fazendo o que mais ama- va.” Um dos melhores mo- mentos da vida de ambos foi o casamento de Rafael, em que Manú foi a dama de honra - vestida a caráter - e é claro, na gaiola. Após ser diagnosticada com cân- cer lutou por meses e em paz descansou o seu lugar na gaiola. “Aqui fica a mi- nha homenagem a maior companheira que já tive, sei que de onde estiver me acompanhará em todas as trilhas e em todas as aven- turas que ainda tenho para viver. E eu sempre a leva- rei no meu coração, mi- nha grande amiga e eterna Manú”, concluiu. Para saber mais sobre esta fantástica história de amor, amizade e Off Road, acompanhe as páginas: ht- tps://www.facebook.com/ manuoffroad e https:// www.youtube.com/user/ RafaelGrella/. Manú está guardada no coração de Grella e companhia
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