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Março - 2013 31
JORNAL MAIS OFF ROAD
Colecionar veículos mi-
litares antigos é uma paixão
para poucos e os que são
assíduos investem muito
para ter o “fiel companhei-
ro” nas melhores condições.
Um desses amantes é o co-
lecionar Ulisses Valarelli,
que adquiriu direto da Ale-
manha, umcaminhãomilitar
Unimog U 1300 l, deixando
tudo nos “trinques”, como
se diz popularmente.
Primeiramente, Ulisses
fez a desmontagem da cabi-
ne e caçamba para o
jateamento de várias peças
que possuíam várias cama-
das de tinta antiga, além da
pintura geral.Acor usada foi
aRAL6014, original doexér-
cito alemão, feita numa casa de
tintas, que possuía o progra-
ma da tabela “RAL” que mos-
trava a quantidade de cada cor
para ser misturada para se che-
gar ao tom de verde. A parte
mecânica foi totalmente revisa-
da na Alemanha, com a troca
de relação de coroa e pinhão
por outra mais longa, opcional
que era oferecido na época e
de série nos Unimogs 1300l de
bombeiros. A próxima etapa
seria a troca damadeira do piso
da caçamba pormadeira plásti-
ca. Todos os parafusos, por-
cas e arruelas que foram des-
montadas acabaram trocados
por outros iguais de inox.
Como colecionador, o
proprietário inscreveu no ca-
minhão sua placa preta, com
o processo correto após a
importação do veículo.
Além de toda estrutura, o
Unimog traz curiosidades his-
tóricas. “Os Unimogs são ex-
portados para vários países
que estão em conflito, princi-
palmente no Oriente Médio.
Nocasodomeumodelo, oexér-
cito alemão encomendoumais
de 12.000 unidades a partir de
1978,
na época daGuerra Fria.
Ele possui ainda apenas os su-
portes de metralhadoras den-
tro da cabine e a base do su-
porte giratório na escotilha, no
teto”, informou.
Ulisses não imaginava a
quantidade de amigos que fa-
ria em solo brasileiro, apaixo-
nados o tanto quanto por ca-
minhões militares. Agora, o
colecionador começou a fazer
algumas viagens com o veícu-
lo. “Fui paraCampos de Jordão
e Ubatuba, e pretendo avançar
um pouco mais. O Peru é um
dos lugares que quero ir.”
PaixãopeloOffRoad
A idolatria de Ulisses por
veículos militares e todo este
mundo começou dentro do
Off Road. “Gosto de fazer ex-
pedições. Já tive duas Toyotas
Bandeirantes, umSamurai, um
Troller, umKia Sportage e um
Kia Ceres 4x4, este último eu
desmontei todo e montei res-
taurando. Com a venda deste
último, e mais um tanto a
mais, comecei a ‘saga’ da pro-
cura real do Unimog, que para
mim seria o veículo ideal para
expedições”, contou.
Aprimeira vez que conhe-
ceu um Unimog foi de um
amigo, chamado René, que
trabalhou na Mercedes e
possuía um 404. Após este
episódio, Ulisses viu passar
um 1300l do exército
brasileiro na Rodovia Caste-
lo Branco. Apartir daí, e com
a abertura da importação para
veículos, o amante não parou
de buscar todo tipo de infor-
mação sobre os Unimogs no
mundo, seja de valores, es-
trutura, detalhes e formas de
trazê-lo.Apesquisa foi exten-
sa e demorada.
Após todo o estudo deci-
diu adquirir o caminhão na
Alemanha e que fosse um
modelo “moderno”, ou não tão
velho, com cerca de 30.000 a
60.000
km rodados, e a opção
final ficou pela versão U 1300
1.
Já em Berlim começou a
busca pelo modelo escolhido.
Após algumas viagens,
Ulisses chegou à empresa
Schuessler
(
http://
),
em Landsberg, e lá encontrou
toda estrutura necessária, além
das garantias, para conseguir
seu artefato. “Como existem
poucos Unimogs 1300 l coma
idade que eu precisava, eles
acabaram por vender um que
era de uso deles que fora tam-
bém comprado em leilão anos
atrás. Fechei negócio. Troquei
a relação de diferenciais por
outras mais longas e os pneus,
por medidas maiores. Tudo
mantendo a originalidade, pois
ambos são opcionais ofereci-
dos na época”, explicou.
Com tudo feito e damanei-
ramais corretapossível,Ulisses
terminouaaventuraatrásdoseu
sonhado Unimog e hoje vive
uma feliz relação com sua má-
quina, cheia de histórias, anti-
guidade e ares de adrenalina.
O AMOR PELO
UNIMOG
U1300L
O exército alemão encomendou mais de 12.000 unidades
a partir de 1978 na época da Guerra Fria